Já enviei meu livro para ser resenhado por dez blogs literários, numa
ação para divulgá-lo e, ao mesmo tempo, para obter feedback. Atualmente, sei
que responsáveis por pelo menos três blogs o estão lendo.
A opinião desses dez, e de outros leitores não tão imparciais (meus
amigos e familiares) será como um termômetro, para que eu decida como e quanto
investir na divulgação da obra.
Nos últimos dias tenho visitado o site de resenhas skoob.com.br, com
alguma frequência e com uma certa apreensão, para verificar o andamento da
leitura. O que será que estão achando?
Procuro pistas. Visito os blogs, mas nunca mando email para ninguém perguntando
"e aí?". Eu seria um escritor extremamente chato se fizesse isso.
Uma das blogueiras, ao ver que a amiga está lendo "O próximo
alvo" perguntou se estava gostando, pois ela mesma estava. Outra blogueira
está ainda no início da leitura, na página 53, e diz que está gostando e que
espera que a história "engrene logo".
Pensei: talvez a impressão que se tenha é que a história demora para
engrenar. Ela está gostando, mas está numa página onde mostrei mais do perfil
do protagonista, e onde a investigação principal ainda não começou. Será que
deveria ter estruturado o livro de forma diferente? E se ela não gostar? E se
nenhuma das blogueiras gostar? O que ela quis dizer exatamente com isso? Talvez
a sinopse passe a ideia de que a trama se passa em 24 horas, quando na verdade
se passa em alguns dias. E
os amigos que compraram o livro? Será que entre eles farão comentários
negativos entre si e vão me dizer que "gostaram muito"?
- Calma - Pensei para mim mesmo -, respire.
Não há nada de errado em acompanhar a evolução da leitura dos
resenhistas, mas não é saudável perguntar-se a todo tempo o que eles estão
achando, imaginando possíveis reações nas resenhas finais (das mais negativas
às mais positivas). Nutrir expectativas extremas também não é uma boa.
Dificilmente as resenhas sairão como eu imagino, para o bem ou para o mal.
Há alguns dias postei a seguinte imagem no Facebook:
O próprio processo de escrita do livro consistiu em várias falhas seguidas de um sucesso. Foram mais de doze versões do mesmo texto, e quatro anos se passaram desde a ideia inicial até o livro finalizado (claro, hoje em dia eu levaria bem menos tempo para escrever um livro). Cada versão do texto, cada ciclo de escrita foi uma tentativa de se chegar ao melhor texto para aquela trama, de suavizar o texto, de ajustar a cronologia dos acontecimentos, de acertar os diálogos, de eliminar erros gramaticais e vícios de linguagem, etc.
Cada um dos ciclos intermediários foi um fracasso no seu intento individual, pois não gerou o texto final, mas foram eles que resultaram no sucesso, que é o próprio livro publicado.
Acompanho pela internet alguns autores, e vejo que muitos iniciantes não
possuem a humildade que é necessária para:
1) Não criar um texto pretensioso para sua capacidade atual de contar
histórias.
2) Entender as críticas.
2) Entender as críticas.
Muitos deles até já começam escrevendo trilogias, o que eu
"desrecomendo fortemente" para iniciantes. Imaginem, o autor nem sabe
ainda qual será a aceitação do primeiro livro, quanto mais de mais outros dois!
Se o escritor é soberbo, vai ficar furioso ao ouvir as críticas. Achará que não entenderam a sua genialidade. Pode até ficar desesperado, vendo ruir aquele sonho encantado de ser o próximo Paulo Coelho. Mas isso não é uma atitude vencedora.
Se o escritor é soberbo, vai ficar furioso ao ouvir as críticas. Achará que não entenderam a sua genialidade. Pode até ficar desesperado, vendo ruir aquele sonho encantado de ser o próximo Paulo Coelho. Mas isso não é uma atitude vencedora.
A realidade é bem diferente. São muito mais altas as chances de o
primeiro livro ficar longe de ser um dos mais vendidos (e quando digo longe,
quero dizer REALMENTE longe). Então, em vez de me intimidar ou especular sobre
as resenhas que estão por vir, um conselho para mim mesmo seria: Não se esqueça
da humildade. Aproveite para aprender.
Se o livro foi um sucesso resultante de vários fracassos durante o
processo de criação, ele em si é apenas o primeiro passo.
E aqui venho a revelar o motivo de ter escrito o livro. Não o escrevi
apenas para depois poder dizer que tive um filho, plantei uma árvore e escrevi
um livro. Nada disso. Meu objetivo é virar um escritor em tempo integral. Se
não conseguir, morrerei tentando, e isso é o bastante para me tranquilizar.
Nesse sentido, cada livro, incluindo o primeiro, será uma tentativa em direção
ao sucesso.
Para um primeiro livro, fiz o melhor que pude.
Que venham as críticas, positivas e negativas. Se sinceras, serão todas
muitíssimo bem-vindas. Antes de instrumentos de divulgação, tais críticas são feedbacks úteis.
Então, que venham as próximas obras.
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