Saiu
no Diário Oficial o que já era esperado. O Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa
que atrai eventos do mundo todo e está cada vez mais rica e em evidência, vai
mudar de nome. Pois é, caro leitor, os poetas terão uma nova fonte de inspiração
para homenagear a terra de Tom Jobim. Em vez de três palavras com uma
sonoridade que evoca as coisas boas da vida, apenas uma para denotar a vocação
para o trabalho: Transtornópolis.
O
Rio vive uma febre de obras. É tanta placa onde podemos ler “desculpe o transtorno”
(o certo seria “desculpe pelo transtorno”, vide crônica #8) que ficamos só
pensando: Uau! Assim que essas obras acabarem, minha vida vai ficar uma beleza!
Que cidade chique!
Algumas
das obras realmente foram finalizadas. Justiça seja feita. Mas outras...
suspeito que só colheremos todos os eventuais frutos mesmo depois da Copa,
quando nossa frota de veículos estiver bem maior.
E
além das obras, há também os grandes eventos! Jornada Mundial da Juventude,
Copa das Confederações, Bienal do Livro, Rock in Rio, e mega encontro evangélico
em Botafogo são apenas exemplos. Até corrida de avião acontece por aqui. Se eu
dissesse que nenhum desses eventos causou transtorno aos moradores, vocês
acreditariam? Por favor, digam que não. Só a referida corrida de aviões, por
exemplo, deu um verdadeiro nó no trânsito da Zona Sul. Aliás, está cada vez
mais difícil desatar os nós. Para fugir desse novelo as pessoas compram o quê?
Carros. O problema é que mais carros geram mais nós. Um círculo vicioso.
Há
dois dias, peguei um BOM engarrafamento dentro de um ônibus – um frescão, daqueles
quase sempre confortáveis. Creio que o engarrafamento tenha sido reflexo do
Rock in Rio. Detalhe: eu fiquei lá atrás, onde ele põem uma fileira de cinco
assentos, e do meu lado esquerdo havia um homem de proporções generosas.
Dormindo. Do meu lado direito havia uma mulher que, de forma similar, tinha bastante
sobrepeso. Dormindo também. E para melhorar, a pessoa sentada à minha frente
estava com o encosto totalmente reclinado. Senti-me em um compactador de carros
velhos. Engarrafamento + desconforto = cenário ideal para uma sexta-feira 13 na
futura Transtornópolis.
Mas
os moradores têm que entender que a cidade é um sucesso e que os eventos
cresceram. Quem não se lembra do secretário de transportes justificando um dia
extra de fechamento das ruas do Centro da cidade durante o carnaval com a
seguinte frase “as pessoas têm que entender que o carnaval do Rio cresceu” ?
Então
é isso. Tenho que entender. Tenho que entender que a cidade recebe cada vez
mais eventos que trazem riqueza e movimentam a economia. Só me resta ajudar a
decidir como se chamarão os nascidos em Transtornópolis. A prefeitura vai fazer
uma consulta popular, e as opções serão:
- Transtornense.
- Transtornado.
- Sortudo.
- Azarado.
- Sentado-e-chorando
E
você, caro leitor? Que opção marcaria?
Sem
mais para o momento, deixo com vocês o famoso bordão: imagina na Copa!
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