domingo, 12 de maio de 2013

Crônica #20 - Dia das mães


Dia das mães. 9:00 de uma bela manhã de domingo. Hora de fazer compras.

No caminho, já preparo o espírito para enfrentar o mercado cheio. Na minha imaginação, aquilo estará pior que os primeiros dias do mês, quando todos correm para abastecer as despensas antes que o dinheiro acabe. Porém, para a minha surpresa, a situação não é das piores. As filas dos caixas estão grandes, mas o mercado em si está aceitável. Talvez até possa ser considerado cheio, mas como eu esperava algo muito pior, fico satisfeito.

Vou para a seção de verduras e afins, que não é a minha especialidade (sou especialista em escolher, por exemplo,  uma de diversas latas de molho de tomate na prateleira, desde que sejam todas da mesma marca). Lembro-me da minha vida pregressa, e me dou conta de que as mães, geralmente, sabem escolher legumes, frutas e verduras muito melhor do que todos. Melhor até do que seus maridos pais. Elas sabem também diferenciar perfeitamente as folhas, o que me parece uma habilidade fantástica.

Outro dia vi um homem de meia idade comentando: “nunca sei a diferença entre coentro e cheiro verde.” Ele devia estar fazendo compras sozinho, que nem eu. De fato. Agrião, cheiro verde, coentro, etc. Todos são verdes. São folhas. Mas o que me salva no momento é a seção de hidropônicos. Prefiro-os, não por serem mais saudáveis, mas sim por estarem em embalagens claramente rotuladas. No meu caso, pego agrião, inconfundível, numa embalagem plástica onde está escrito “Agrião”.

É a vez das batatas. Desta vez, inspiro-me nas mães. Se fosse somente para mim, a escolha seria aleatória, confiando numa distribuição probabilística utópica que favorece as batatas boas em detrimento das ruins. Mas então lembro-me de que o pequeno que está lá em casa, com dois anos e oito meses de idade, as irá consumir, e perco alguns segundos a mais escolhendo as de melhor aspecto.

Não adianta. Amor de mãe é diferente. Por mais que homens digam que seu sentimento pelos filhos é incondicional, não é a mesma coisa. As mães permeiam tudo o que fazem com o sentimento que guardam no peito. Na hora de fazer compras, no trabalho, durante o lazer... Enfim, em tudo o que fazem, os filhos estão sempre presentes em seus pensamentos, mesmo que indiretamente.

A todas as mães, as grandes responsáveis pelos sucessos de seus filhos e também inspiradoras de escritores e poetas, desejo um domingo repleto de alegrias.

E para a minha mãe que está fisicamente distante, em especial: estarei sempre com você. Se serve para amenizar ou compensar a saudade, saiba que eu jamais teria conseguido escrever meu primeiro livro, com o tema e a trama que consegui dar a ele depois de quatro árduos anos de trabalho, se eu não tivesse vindo para o Rio. Obrigado por tudo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.